Construção provável do século XIII, mas cuja capela-mor já é do século XVIII. No seu interior podemos encontrar uma pedra sepulcral setecentista de grande importância que tem como decoração uma figura humana, o signo de Saimão (representação para afugentar o Diabo), e duas toscas.
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A Igreja matriz de São Miguel é, habitualmente, considerada românica, mas devemos antes atribuir a sua construção a uma fase final do gótico. Trata-se duma expressão clara da permanência da tradição e das técnicas construtivas que, em ambiente rural, se manifestam até aos alvores da Idade Moderna.
Devemos, contudo, ponderar a existência de um templo anterior, bem mais antigo, do qual poderão ter sido aproveitados alguns elementos para posterior reedificação. Esta ideia é-nos sugerida pela presença de, pelo menos, duas sepulturas antropomórficas escavadas na rocha, atribuíveis ao século X/XI junto ao pano norte da igreja. Temos, também, relatos do aparecimento de uma tampa sepulcral medieval no lado sul do templo, nas proximidades da parede.
Internamente a igreja é recheada por um retábulo de talha policromada e dourada, que sofreu já algumas intervenções que o descaracterizam. Trata-se de um retábulo que veio de outra igreja ou capela, que, segundo alguma tradição oral, será proveniente da região do Porto. Ao ser colocado na igreja de São Miguel, parte da sua arcada teve de ser cortada e adaptada à altura do edificio.
A sua temática insere-se no chamado " estilo nacional", sendo bem notória a simbologia associada à Eucaristia e ao Paraíso, representada pela presença das parras, dos cachos de uvas, dos pássaros (fénices) e dos querubins.
No entanto, e como atràs observamos, a intervenção que o retábulo sofreu, especialmente ao nível da pintura, impede-nos o exame da policromia e do douramento original.
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