Um dos livros que ando a ler – por hábito, leio mais que um ao mesmo tempo -, intitula-se: «A Paixão Do Poder», de Jose Antonio Marina.
Jose Antonio Marina é licenciado em Filosofia, e é um dos mais conhecidos e conceituados filósofos espanhóis da actualidade.
Para ele, o poder «fscina-nos a todos, embora por razões distintas. Trata-se de uma realidade contraditória que inclui a beleza e o espanto, a visibilidade e o secreto, a miséria e a grandeza, a necessidade e o risco.»
Segundo José Antonio Marina, Maquiavel «soube o rosto demoníaco do poder (…). Shakespeare expressou-o com esta frase certeira: «É belo ter a força de um gigante, mas é horrível usá-la como um gigante.». Mas se, porventura, «queremos compreender as variadas dramaturgias do poder, do poder vivido e não apenas pensada, devemos reportar-nos a ambos os discursos – o brilhante e obscuro – para chegar à fonte originária da qual procedem: a peculiar índole do ser humano. Não é fácil fazê-lo porque o poder se mascara de muitas maneiras, e actualmente mais ainda. A sua conflituosa relação com a liberdade torna-o inevitavelmente suspeito. Da admiração total, passámos à condenação em bloco. A frase de lorde Acton «o poder corrompe sempre» é aceite como dogma de fé, pelo que ninguém se atreve a reconhecer que se anseia tê-lo, pois isso seria reconhecer que anseia tê-lo, pois isso seria reconhecer que está disposto a ser corrupto.» J. F. Kennedy, homem de alguma candura nas suas expressões públicas, esteve quase a fazê-lo: «Apresento-me como candidato à presidência, porque é aí que está a acção.» Ao falar de acção, estava a referir-se ao poder.
Fonte: MARINA, Jose Marina, A Paixão do Poder
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