Quarta-feira, 27 de Agosto de 2014

O Minho Pitoresco denomina-a de «Palacete» e conta, em breves frases o seu surgimento. Pinho Leal, no seu Dicionário Geográfico volta a repisar os mesmos fatos. A partir de meados do século XX esta a Casa d’ Além passa para o domínio da Casa da Ramada por razões diversas, sendo hoje pertença de um particular.

Reza a história que no século XVIII – há documentação que o atesta – António de Mendonça, senhor da Quinta da Capela, em Agilde, e de muitas outras propriedades, morreu sem deixar descendência, deixando tudo quanto possuía a seu irmão frei José de Mendonça, monge da Ordem de S. Bernardo. Este, por sua morte, e não tendo senão parentes remotos, deixou todos os seus haveres ao Dr. António Pinto Coelho Soares de Moura, da Casa da Lama, na freguesia de Santa Marinha de Lodares, e irmão do bravo general realista, Bernardino Coelho Soares de Moura.

O Dr. Soares de Moura ficou com uma casa que lhe rendia anualmente 300 carros de pão (12. 000 alqueires!).

Tendo então uma filha já casada na casa de Cabanelas, deu a sua Casa de Segade [Bustelo] a seu filho mais novo, o senhor doutor Francisco Pinto Coelho Soares de Moura e da Lama ao filho mais velho, Dr. António Manuel Pinto Coelho Soares de Moura.

É pois atual proprietário, por herança paterna, da Quinta de Romariz [D’ Além] o referido Dr. Francisco Pinto. É uma propriedade das melhores, e mais rendosa destes sítios, e o seu dono tem-na aumentado com valiosíssimas obras, sendo a principal a abertura de uma mina que produz grande abundância de água, a qual fez conduzir para a Quinta por canos de granito na extensão de 1200 metros.

Passa junto à Quinta um ribeiro no qual tem o proprietário alguns moinhos. Este ribeiro atravessa propriedades anexas à Quinta e toda a sua água, de verão e de inverno, pertence exclusivamente à mesma Quinta de Romariz.

 

Dicionário Geográfico, In PINHO LEAL

 

[A Quinta (de Romariz) e Casa D’ Além – Romariz – Meinedo] foi propriedade, durante séculos, dos meus avoengos maternos. Senhores que foram e pontificaram no concelho e em Meinedo até às primeiras décadas do século XX.

 

O Doutor Francisco Soares de Moura, desta Casa D’ Além foi um dos Lousadenses que assinou a ata da histórica reunião que levou à construção da majestosa Capela do Senhor dos Aflitos. Corria o formoso dia dois de abril de 1853.

 

Seria este mesmo senhor da casa D’ Além ou de Romariz que presidiria à Câmara de Lousada e seria administrador do concelho.

 

E seria este Doutor Francisco Soares de Moura, desta mesma Casa, que, a 12 de abril de 1854, se consorciaria a menina Emília Leopoldina de Magalhães Peixoto, da Casa de Vilar (Lodares). (ADP-Seção Notarial, Po-1, 1ª Série, Lv nº 42, fl., 1854.

 



publicado por José Carlos Silva às 18:30 | link do post | comentar

Da falta de visão

 

A coisa que mais me dói, que mais custa, é não haver visão, discernimento para obras de vulto. A mania de fazer pequenino, de pensar pequenino, mas gastar à grande e à francesa, hipotecando o futuro. E há quem o faça com um cínico sorriso nos lábios, é pena.

 

7 de janeiro de 2007, in diário, jcrs



publicado por José Carlos Silva às 13:10 | link do post | comentar

Terça-feira, 19 de Agosto de 2014

Na tomada de posse de Júlio Feijó (Casa de Vilar-Torno), 1908.

 

(…)

Doutor Joaquim Augusto da Silva Moura (Romariz-Meinedo) toma posse como Vereador, 1908.

 

Usou de seguida da palavra o senhor doutor Joaquim Augusto da Silva Moura, um dos membros da vereação.

Começou por declarar que não eram interesses ou simpatias pessoais que o obrigavam a aceitar o cargo para que o propunham, pois que no meio de tudo conservava o seu carater de independente; viu-se, no entanto obrigado a aceitar pelos reiterados pedidos de amigos, a quem era grato, e a quem, por consequência, não queria desgostar com uma formal desculpa. Politicamente apenas seguia um partido: era monárquico e como tal entrava para a nova vereação, prometendo desde já, a todos os seus colegas, uma leal coadjuvação em tudo e para tudo de que pudesse resultar um pouco de bem a esta terra, que amava com entranhado afeto.

Fez seguidamente o elogio senhor tenente-coronel Júlio Feijó, o amigo que mais instou com ele, para que aceitasse o cargo da futura vereação (…).

Jornal de Lousada, 1 de novembro de 1908, p. 2, nº 65.



publicado por José Carlos Silva às 15:45 | link do post | comentar

Reuniu, no dia 1 do corrente mês de julho, nos paços do concelho, a comissão recenseadora dos jurados, composta dos senhores Juiz de direito, presidente da câmara e administrador do concelho, presidindo ao sorteio dos jurados funcionarão no segundo semestre do corrente ano e cuja pauta ficou assim constituída:

- Alfredo Nogueira de Sousa Freire, Silvares, Vila Meã; Pedro Lobo Machado  de Sousa Meireles, Nevogilde; (…); José Leite Pereira de Meireles, Lodares, Outeiro; (…); Antero Augusto da Silva Moreira, Ramada, Meinedo; (…); Dr. Joaquim Augusto da Silva Moura, Meinedo, Romariz; (…); Joaquim Eleutério Ribeiro; Lodares; Vilar, (…); Artur Alberto de Carvalho Meireles, Lodares, Quintans, (…).

 

Jornal de Lousada, 12 de julho de 1908, p. 2, nº 49.



publicado por José Carlos Silva às 13:24 | link do post | comentar

Sexta-feira, 15 de Agosto de 2014

Escritura de Doação para Património de Capela que faz a Ex. Ma Dona Procópia Maria do Carmo de Sousa Meireles, da Casa das Quintans, freguesia de Santa Marinha de Lodares, deste Julgado, em 10 de janeiro de 1846.

 

Notarial de Lousada -  ADP, 1ª série, LV, nº 167, 1846



publicado por José Carlos Silva às 16:53 | link do post | comentar

Quinta-feira, 14 de Agosto de 2014

[Primeira década do Séc. XX – A Princesa do Norte, a bela Lousada, a flor do Vale de Sousa, era então a mais apetecível e deslumbrante estância turística. Saudades! Saudades! - Parafraseando, Sã de Boaventura.

Aqui fica um texto de Hermo, inserto no nº 12 do J. de Lousada de 1907

 

«Cronica

 

Lousada…despovoando-se.

 

Com a aproximação do inverno, vai voltando ao seu estado normal de completo sossego, esta encantadora vila, uma das mais formosas e asseadas do norte do país, no dizer d vários touristes que a têm visitado.

Várias famílias que aqui costumam passar a quadra calmosa, abandonaram-na para regressarem aos grandes centros. São as que preferem os prazeres campestres às ingratas vibrações do mar! Ou seja pelo ar puro que aqui se respira, ou seja pelo maravilhoso panorama que os nossos olhos se não cansam de contemplar, ou seja, enfim, pelas muitíssimas belezas com que a natureza fadou esta terra, a verdade é que, este ano a afluência de visitantes foi enorme, e com tendência a aumentar.

 

Dentro em pouco estarão novamente os lousadenses familiarizados com…a família, até que surja a primavera. Então voltarão a visitar-nos essas gentis damas, cheias de atrativos, com as toilletes de verão, claras, frescas e leves, em que disputam primazias as cores e os feitios extravagantes, dão um tom colorido e, porventura, ornamental, à Assembleia Lousadense, centro de reunião durante a noite.

 

Conversa-se, dança-se, toca-se, etc., etc. Há apaixonados para tudo: uns gostam de botar a sua cantiga ou fazer o coro, outros entretêm-se a dançar, aproveitando a ocasião para dizerem duas palavras ao seu par; outros, e esses perfazem o maior número, limitam-se a mironar….Sempre têm muito fraco gosto, estes senhores.

 

E o caso é que a não ser dois ou três, os mancebos e não mancebos de Lousada são uns sensaborões – tomam uma chávena de chá ou de café, acendem o seu brejeiro e toca a jogar o bridge.

O que vos vale, lousadenses, é o reforço de fora

.

Mas deixemos isto e sigamos: Sentimos a ausência das formosas damas que nos visitam durante o verão, porque mesmo no inverno, e sempre, a beleza realça por entre as peliças e os agasalhos da estação, não sabemos se com mais brilho do que no verão.

Visitai-nos, gentis damas, mesmo de inverno, para que possamos ver-vos atravessar, como heroínas, essas ruas da vila, depois de um dia de chuva, com as saias levantadas deixando ver-vos o guarda-lamas.

Aqui sereis recebidas com fidalguia que carateriza os lousadenses; aqui sereis recebidas como exige o vosso sexo e a vossa distinção.

Hermo»

Jornal de Lousada, 27 de outubro de 1907, nº 12, p. 3

 



publicado por José Carlos Silva às 15:12 | link do post | comentar

Terça-feira, 12 de Agosto de 2014



publicado por José Carlos Silva às 14:20 | link do post | comentar

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