Domingo, 05.08.12

 

Arquitetura religiosa, tardo-barroca. Igreja paroquial de planta retangular composta por nave, capela-mor, com sacristia e torre sineira adossadas à fachada lateral esquerda, tendo coberturas interiores diferenciadas, em falsas abóbadas de berço, a da capela-mor com caixotões pintados, ambas de feitura recente, sendo iluminada uniformemente, por janelas retilíneas rasgadas nas fachadas laterais. Fachada principal em empena recortada, de perfil borromínico, com os vãos rasgados em eixo, composto por portal em arco abatido e óculo ovalado, unidos pela mesma moldura. Torre sineira de construção seiscentista, com cobertura em coruchéu bolboso. Fachadas laterais com portas travessas, uma delas de feitura mais recente. Interior com coro-alto, batistério na base da torre sineira, no lado do Evangelho, possuindo retábulos laterais de talha policroma, rococós. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas e capela-mor com retábulo de talha dourada, com estrutura maneirista, de planta reta, dois andares e três eixos, com estrutura semelhante à da Igreja Paroquial de Meinedo.

Registo

Categoria

Monumento

Descrição

Planta retangular composta por nave e capela-mor, com sacristia e torre sineira adossadas à fachada lateral esquerda, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de uma (sacristia) e duas águas (templo), sendo em coruchéu bolboso na torre sineira. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por soco em cantaria de granito, flanqueadas por cunhais apilastrados, firmados por pináculos ligeiramente bolbosos, e rematadas em friso e cornija. Fachada principal virada a O., rematada por friso e empena recortada e contracurva, de perfil borromínico, com cruz latina de hastes lobuladas no vértice. É rasgada por portal em arco abatido e moldura saliente, envolvido por uma segunda, recortada e volutada, que se prolonga superiormente, ligando-se ao janelão ovalado. No lado esquerdo, a torre sineira, de três registos definidos por frisos, os inferiores cegos, tendo relógio circular no intermédio e sendo o superior rasgado por quatro ventanas de volta perfeita, assentes em impostas salientes. Numa delas, um sino de bronze, dedicado a Nossa Senhora de Fátima e com a data de "1954". As fachadas laterais são semelhantes, rasgadas por vãos com molduras salientes em cantaria de granito, no corpo da nave com porta travessa em arco abatido, ladeado por duas janelas retilíneas em capialço, surgindo outras duas na capela-mor. Na fachada lateral esquerda, surgem as escadas de cantaria de acesso à torre sineira, com porta de verga reta ainda no primeiro registo. Adossado, o corpo da sacristia. Fachada posterior em empena cega, com cruz latina no vértice, sendo visível, sobre esta, a empena do arco triunfal, também ela com cruz latina. No lado direito, o corpo da sacristia, rasgado por janela jacente. INTERIOR da nave rebocado e pintado de branco, com cobertura em falsa abóbada de berço de madeira, assente em cornija do mesmo material e reforçado por tirantes metálicas, e pavimento em soalho. As portas são ladeadas por pias de água-benta em cantaria de granito e as janelas encimadas por sanefas de talha pintada. Coro-alto de madeira, assente em arco abatido e mísulas, com guarda torneada, do mesmo material, com pavimento em soalho e acesso por porta de verga reta no lado do Evangelho. Portal axial protegido por guarda-vento de madeira e vidro. No lado do Evangelho, no subcoro, o batistério em forma de nicho de volta perfeita com cobertura do mesmo material, tendo pia batismal de granito, hemisférica e ornado por friso simples, assente em pequena coluna. O fundo está revestido por painel de azulejo bícromo, azul e branco, representando o "Batismo de Cristo" e assinado. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular assente em bacia de granito e mísula decorada por losangos, com guarda plena de madeira pintada e acesso por escadas de cantaria e guarda de madeira no lado direito. O espaço da nave encontra-se seccionado por presbitério elevado por um degrau, com pavimento em lajeado e marcado por sepulturas, Neste surgem, confrontantes, as capelas retabulares, a do Evangelho dedicada ao Crucificado. Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras toscanas, ladeado por pequenos nichos de talha dourada, com o Sagrado Coração de Jesus (Evangelho) e Nossa Senhora de Fátima (Epístola). Um degrau acede à capela-mor com as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por azulejo de padrão bícromo, azul e branco, formando silhar, com cobertura em falsa abóbada de berço de madeira, dividida em caixotões pintados, estruturados por menores de menores dimensões que formam cruz grega, e assente em cornija, tendo o pavimento forrado a alcatifa. Sobre supedâneo de dois degraus, o retábulo-mor de talha pintada de dourado, de planta reta e três eixos, os exteriores de dois registos, sendo os eixos definidos por duas ordens de seis colunas torsas, decoradas com pâmpanos e pequenos anjos encarnados. Ao centro, ampla tribuna com o interior revestido a caixotões de talha, flanqueada por duas ordens de colunas semelhantes às anteriores e possuindo sacrário em forma de templete trapezoidal, com as faces divididas por colunas torsas, as laterais ligeiramente convexas e pintadas com as figuras de José de Arimateia e Nicodemus. Ao centro, o sacrário com a porta decorada por cruz da vida, encimado por nicho dourado com o Crucificado, ambos flanqueados por quarteirões. Servindo de remate, um trono expositivo de cinco degraus, tendo como fundo um resplendor de talha, ladeado por painéis pintados com anjos sustentando turíbulos. A estrutura é ladeada por anjos de vulto. Os eixos laterais têm dois registos rematados por frisos e cornijas, os inferiores com nichos de volta perfeita e os superiores com painéis pintados, a representar São Pedro (Evangelho) e São Paulo (Epístola). A estrutura remata em pequeno frontão truncado, ladeado por aletas em forma de cartelas, ladeadas por aves. Banco decorado em apainelados, que centram altar paralelepipédico com frontal pintado, representando elementos fitomórficos, com sanefa e sebastos marcados. Ao centro, a mesa de altar, retangular, sustentada por colunas torsas.

Enquadramento

Periurbano, isolado, implantado em terreno plano, mas junto ao início de uma pequena elevação, confinando com a via pública, alcatroada, cujo prolongamento forma um adro fechado por portão no lado E. e acesso frontal definido por um pequeno murete em alvenaria de granito, com as juntas preenchidas a cimento, junto ao qual se ergue um Cruzeiro em cantaria de granito, sobre plataforma quadrangular de três degraus, o inferior parcialmente embutido no terreno, onde assenta plinto paralelepipédico e a base da coluna, do tipo toscano. Sobre o capitel, surge um tabuleiro que sustenta uma cruz latina simples. No lado S., o Cemitério de Cristelos. Encontra-se rodeado por campos de cultivo, o antigo passal, e algumas habitações.

Descrição Complementar

As capelas laterais possuem estruturas retabulares idênticas, de talha pintada de bege e dourado, de planta reta e um eixo definido por duas pilastras assentes em duas ordens de plintos paralelepipédicos. Ao centro, nicho de perfil contracurvo e com a moldura decorada por acantos, contendo pequena peanha para imaginária, estando ladeado por mísulas. Remata em frontão interrompido por espaldar recortado, ornado por acantos e sobrepujado por cornija interrompida. Na base do retábulo do Evangelho, sacrário com a porta decorada por coração inflamado. Ambos possuem altares paralelepipédicos com o frontal decorado por cartelas e concheados. Na capela-mor, os caixotões, de pintura recente, com símbolos eucarísticos e cristológicos.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Atual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto)

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

PINTOR DE AZULEJO: Fábrica Aleluia (séc. 20); P. Fernandes (séc. 20).

Cronologia

980 - Doação de D. Vivili e seu marido Fromarigo Espassandes desta paróquia ao Mosteiro de Vilela; 1258 - Nas "Inquirições" é referida como do padroado de herdadores e do mosteiro de Vilela, e da apresentação da mitra do Porto; 1398, 30 Março - integrada no arcediagado de Meinedo; 1705 - curato anexo à Igreja Paroquial de Vandoma, pertencente ao padroado da Companhia de Jesus, do Colégio de São Lourenço do Porto, com 50$000; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa é uma abadia anexa ao Mosteiro de Vilela, com a reserva de dar anualmente um jantar e ceia ao prior do Mosteiro e a quem o acompanhe a pé e a cavalo; rende 220$000; a povoação tem 46 vizinhos; 1758, 14 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Manuel Nunes Neto, é referido que a igreja, residência paroquial e passal se encontram a N. da freguesia, tendo a igreja Santo André por orago. Na capela-mor a imagem do santo padroeiro, ladeado pelas de Santo Cristo, Ecce Homo, Santo Cristo preso à coluna, Senhor Ressuscitado e Senhor dos Passos, com Nossa Senhora do Pilar, Nossa Senhora da Lapa e as Santas Mães; o retábulo-mor possui sacrário; no retábulo colateral direito, as imagens de Santo António, São Sebastião e São Roque, sendo o oposto dedicado ao Menino Jesus; existe, ainda, uma capela lateral, junto à porta travessa, dedicada ao Senhor Crucificado e, no lado oposto, a Irmandade das Almas com o Senhor Crucificado, tendo um painel com as Almas pintadas; o pároco é abade apresentado alternadamente pelo Papa, pelo bispo e pelos religiosos de Santo Agostinho do Pilar; a paróquia rende anualmente 450$000; 1954 - feitura do sino dedicado a Nossa Senhora de Fátima, conforme data inscrita no mesmo; séc. 20, 2.ª metade - pintura do painel de azulejos do batistério, por P. Fernandes, da Fábrica Aleluia, em Aveiro.

Características Particulares

 

Igreja de construção tardia, com a fachada principal bastante elaborada, com remate em empena recortada e contracurva, de inspiração borromínica e possuindo o portal ornado por ampla moldura recortada e volutada. A torre apresenta um coruchéu bolboso pouco pronunciado. No interior, destacam-se os retábulos laterais, de feitura rococó, mas profundamente alterados no séc. 20, para adaptação a um novo espaço e os caixotões da capela-mor com uma gramática decorativa novecentista, optando por simples que enaltecem o sacrifício e amor de Cristo. O elemento mais interessante é o retábulo-mor, de talha dourada, com uma estrutura maneirista por andares, mas possuindo os eixos definidos por colunas torsas e ornadas por pâmpanos, prenunciadoras da linguagem do barroco nacional. Possui um interessante sacrário em forma de templete de grandes dimensões, com vários nichos e servindo de base ao trono expositivo que evolui na tribuna. Possui vários painéis pintados.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito, rebocada e pintada; cunhais, pináculos, modinaturas, coberturas, cornijas, pia batismal e pias de água benta em cantaria de granito; coberturas, coro-alto, púlpito e retábulos de madeira; cobertura exterior em telha; sino em bronze.

Bibliografia

COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza..., Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1706, tomo I; LEAL, Augusto Pinho, Portugal antigo e moderno: Diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico, Lisboa, Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia; 1873-1890, 12 volumes; LOPES, Eduardo Teixeira, Lousada e as suas freguesias na Idade Média, Lousada, Câmara Municipal de Lousada, 2004.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia

Documentação Administrativa

DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 11, n.º 314, fl. 2169-2172)

Intervenção Realizada

Séc. 20 - reforma das coberturas interiores; reforma das estruturas retabulares; tratamento de rebocos e pinturas.

Observações

M ESTUDO.

Autor e Data

Patrícia Costa 2002 / Diocese do Porto e Paula Figueiredo (IHRU) 2011 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese do Porto)

 

 



publicado por José Carlos Silva às 11:53 | link do post | comentar

Sábado, 14.07.12

 

Igreja Paroquial de Cristelos / Igreja de Santo André

 

Arquitetura religiosa, tardo-barroca. Igreja paroquial de planta retangular composta por nave, capela-mor, com sacristia e torre sineira adossadas à fachada lateral esquerda, tendo coberturas interiores diferenciadas, em falsas abóbadas de berço, a da capela-mor com caixotões pintados, ambas de feitura recente, sendo iluminada uniformemente, por janelas retilíneas rasgadas nas fachadas laterais. Fachada principal em empena recortada, de perfil borromínico, com os vãos rasgados em eixo, composto por portal em arco abatido e óculo ovalado, unidos pela mesma moldura. Torre sineira de construção seiscentista, com cobertura em coruchéu bolboso. Fachadas laterais com portas travessas, uma delas de feitura mais recente. Interior com coro-alto, batistério na base da torre sineira, no lado do Evangelho, possuindo retábulos laterais de talha policroma, rococós. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas e capela-mor com retábulo de talha dourada, com estrutura maneirista, de planta reta, dois andares e três eixos, com estrutura semelhante à da Igreja Paroquial de Meinedo.

Registo

Categoria

Monumento

Descrição

Planta retangular composta por nave e capela-mor, com sacristia e torre sineira adossadas à fachada lateral esquerda, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de uma (sacristia) e duas águas (templo), sendo em coruchéu bolboso na torre sineira. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por soco em cantaria de granito, flanqueadas por cunhais apilastrados, firmados por pináculos ligeiramente bolbosos, e rematadas em friso e cornija. Fachada principal virada a O., rematada por friso e empena recortada e contracurva, de perfil borromínico, com cruz latina de hastes lobuladas no vértice. É rasgada por portal em arco abatido e moldura saliente, envolvido por uma segunda, recortada e volutada, que se prolonga superiormente, ligando-se ao janelão ovalado. No lado esquerdo, a torre sineira, de três registos definidos por frisos, os inferiores cegos, tendo relógio circular no intermédio e sendo o superior rasgado por quatro ventanas de volta perfeita, assentes em impostas salientes. Numa delas, um sino de bronze, dedicado a Nossa Senhora de Fátima e com a data de "1954". As fachadas laterais são semelhantes, rasgadas por vãos com molduras salientes em cantaria de granito, no corpo da nave com porta travessa em arco abatido, ladeado por duas janelas retilíneas em capialço, surgindo outras duas na capela-mor. Na fachada lateral esquerda, surgem as escadas de cantaria de acesso à torre sineira, com porta de verga reta ainda no primeiro registo. Adossado, o corpo da sacristia. Fachada posterior em empena cega, com cruz latina no vértice, sendo visível, sobre esta, a empena do arco triunfal, também ela com cruz latina. No lado direito, o corpo da sacristia, rasgado por janela jacente. INTERIOR da nave rebocado e pintado de branco, com cobertura em falsa abóbada de berço de madeira, assente em cornija do mesmo material e reforçado por tirantes metálicas, e pavimento em soalho. As portas são ladeadas por pias de água-benta em cantaria de granito e as janelas encimadas por sanefas de talha pintada. Coro-alto de madeira, assente em arco abatido e mísulas, com guarda torneada, do mesmo material, com pavimento em soalho e acesso por porta de verga reta no lado do Evangelho. Portal axial protegido por guarda-vento de madeira e vidro. No lado do Evangelho, no subcoro, o batistério em forma de nicho de volta perfeita com cobertura do mesmo material, tendo pia batismal de granito, hemisférica e ornado por friso simples, assente em pequena coluna. O fundo está revestido por painel de azulejo bícromo, azul e branco, representando o "Batismo de Cristo" e assinado. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular assente em bacia de granito e mísula decorada por losangos, com guarda plena de madeira pintada e acesso por escadas de cantaria e guarda de madeira no lado direito. O espaço da nave encontra-se seccionado por presbitério elevado por um degrau, com pavimento em lajeado e marcado por sepulturas, Neste surgem, confrontantes, as capelas retabulares, a do Evangelho dedicada ao Crucificado. Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras toscanas, ladeado por pequenos nichos de talha dourada, com o Sagrado Coração de Jesus (Evangelho) e Nossa Senhora de Fátima (Epístola). Um degrau acede à capela-mor com as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por azulejo de padrão bícromo, azul e branco, formando silhar, com cobertura em falsa abóbada de berço de madeira, dividida em caixotões pintados, estruturados por menores de menores dimensões que formam cruz grega, e assente em cornija, tendo o pavimento forrado a alcatifa. Sobre supedâneo de dois degraus, o retábulo-mor de talha pintada de dourado, de planta reta e três eixos, os exteriores de dois registos, sendo os eixos definidos por duas ordens de seis colunas torsas, decoradas com pâmpanos e pequenos anjos encarnados. Ao centro, ampla tribuna com o interior revestido a caixotões de talha, flanqueada por duas ordens de colunas semelhantes às anteriores e possuindo sacrário em forma de templete trapezoidal, com as faces divididas por colunas torsas, as laterais ligeiramente convexas e pintadas com as figuras de José de Arimateia e Nicodemus. Ao centro, o sacrário com a porta decorada por cruz da vida, encimado por nicho dourado com o Crucificado, ambos flanqueados por quarteirões. Servindo de remate, um trono expositivo de cinco degraus, tendo como fundo um resplendor de talha, ladeado por painéis pintados com anjos sustentando turíbulos. A estrutura é ladeada por anjos de vulto. Os eixos laterais têm dois registos rematados por frisos e cornijas, os inferiores com nichos de volta perfeita e os superiores com painéis pintados, a representar São Pedro (Evangelho) e São Paulo (Epístola). A estrutura remata em pequeno frontão truncado, ladeado por aletas em forma de cartelas, ladeadas por aves. Banco decorado em apainelados, que centram altar paralelepipédico com frontal pintado, representando elementos fitomórficos, com sanefa e sebastos marcados. Ao centro, a mesa de altar, retangular, sustentada por colunas torsas.

Enquadramento

Periurbano, isolado, implantado em terreno plano, mas junto ao início de uma pequena elevação, confinando com a via pública, alcatroada, cujo prolongamento forma um adro fechado por portão no lado E. e acesso frontal definido por um pequeno murete em alvenaria de granito, com as juntas preenchidas a cimento, junto ao qual se ergue um Cruzeiro em cantaria de granito, sobre plataforma quadrangular de três degraus, o inferior parcialmente embutido no terreno, onde assenta plinto paralelepipédico e a base da coluna, do tipo toscano. Sobre o capitel, surge um tabuleiro que sustenta uma cruz latina simples. No lado S., o Cemitério de Cristelos. Encontra-se rodeado por campos de cultivo, o antigo passal, e algumas habitações.

Descrição Complementar

As capelas laterais possuem estruturas retabulares idênticas, de talha pintada de bege e dourado, de planta reta e um eixo definido por duas pilastras assentes em duas ordens de plintos paralelepipédicos. Ao centro, nicho de perfil contracurvo e com a moldura decorada por acantos, contendo pequena peanha para imaginária, estando ladeado por mísulas. Remata em frontão interrompido por espaldar recortado, ornado por acantos e sobrepujado por cornija interrompida. Na base do retábulo do Evangelho, sacrário com a porta decorada por coração inflamado. Ambos possuem altares paralelepipédicos com o frontal decorado por cartelas e concheados. Na capela-mor, os caixotões, de pintura recente, com símbolos eucarísticos e cristológicos.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Atual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto)

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

PINTOR DE AZULEJO: Fábrica Aleluia (séc. 20); P. Fernandes (séc. 20).

Cronologia

980 - Doação de D. Vivili e seu marido Fromarigo Espassandes desta paróquia ao Mosteiro de Vilela; 1258 - Nas "Inquirições" é referida como do padroado de herdadores e do mosteiro de Vilela, e da apresentação da mitra do Porto; 1398, 30 Março - integrada no arcediagado de Meinedo; 1705 - curato anexo à Igreja Paroquial de Vandoma, pertencente ao padroado da Companhia de Jesus, do Colégio de São Lourenço do Porto, com 50$000; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa é uma abadia anexa ao Mosteiro de Vilela, com a reserva de dar anualmente um jantar e ceia ao prior do Mosteiro e a quem o acompanhe a pé e a cavalo; rende 220$000; a povoação tem 46 vizinhos; 1758, 14 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Manuel Nunes Neto, é referido que a igreja, residência paroquial e passal se encontram a N. da freguesia, tendo a igreja Santo André por orago. Na capela-mor a imagem do santo padroeiro, ladeado pelas de Santo Cristo, Ecce Homo, Santo Cristo preso à coluna, Senhor Ressuscitado e Senhor dos Passos, com Nossa Senhora do Pilar, Nossa Senhora da Lapa e as Santas Mães; o retábulo-mor possui sacrário; no retábulo colateral direito, as imagens de Santo António, São Sebastião e São Roque, sendo o oposto dedicado ao Menino Jesus; existe, ainda, uma capela lateral, junto à porta travessa, dedicada ao Senhor Crucificado e, no lado oposto, a Irmandade das Almas com o Senhor Crucificado, tendo um painel com as Almas pintadas; o pároco é abade apresentado alternadamente pelo Papa, pelo bispo e pelos religiosos de Santo Agostinho do Pilar; a paróquia rende anualmente 450$000; 1954 - feitura do sino dedicado a Nossa Senhora de Fátima, conforme data inscrita no mesmo; séc. 20, 2.ª metade - pintura do painel de azulejos do batistério, por P. Fernandes, da Fábrica Aleluia, em Aveiro.

Características Particulares

Igreja de construção tardia, com a fachada principal bastante elaborada, com remate em empena recortada e contracurva, de inspiração borromínica e possuindo o portal ornado por ampla moldura recortada e volutada. A torre apresenta um coruchéu bolboso pouco pronunciado. No interior, destacam-se os retábulos laterais, de feitura rococó, mas profundamente alterados no séc. 20, para adaptação a um novo espaço e os caixotões da capela-mor com uma gramática decorativa novecentista, optando por simples que enaltecem o sacrifício e amor de Cristo. O elemento mais interessante é o retábulo-mor, de talha dourada, com uma estrutura maneirista por andares, mas possuindo os eixos definidos por colunas torsas e ornadas por pâmpanos, prenunciadoras da linguagem do barroco nacional. Possui um interessante sacrário em forma de templete de grandes dimensões, com vários nichos e servindo de base ao trono expositivo que evolui na tribuna. Possui vários painéis pintados.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito, rebocada e pintada; cunhais, pináculos, modinaturas, coberturas, cornijas, pia batismal e pias de água benta em cantaria de granito; coberturas, coro-alto, púlpito e retábulos de madeira; cobertura exterior em telha; sino em bronze.

Bibliografia

COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza..., Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1706, tomo I; LEAL, Augusto Pinho, Portugal antigo e moderno: Diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico, Lisboa, Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia; 1873-1890, 12 volumes; LOPES, Eduardo Teixeira, Lousada e as suas freguesias na Idade Média, Lousada, Câmara Municipal de Lousada, 2004.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia

Documentação Administrativa

DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 11, n.º 314, fl. 2169-2172)

Intervenção Realizada

Séc. 20 - reforma das coberturas interiores; reforma das estruturas retabulares; tratamento de rebocos e pinturas.

Observações

M ESTUDO.

Autor e Data

Patrícia Costa 2002 / Diocese do Porto e Paula Figueiredo (IHRU) 2011 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese do Porto)



publicado por José Carlos Silva às 21:44 | link do post | comentar

Quinta-feira, 29.03.12

Tal como o seu nome indica, esta freguesia reporta-nos para a existência de "castros". De facto há nesta freguesia vestígios da existência de um povoado da Idade do Ferro mais tarde romanizado.
O primeiro documento que nos reporta para esta freguesia é uma carta de doação, datada de 980, que Dona Vivili e seu marido Fromarigo Espassandes fazem ao mosteiro de Vilela da Igreja de Santo André de Cristelos.
Na Idade Média surgem diversos documentos sobre esta freguesia, que dão conta de vários casais foreiros de diversos mosteiros, como o de Vilela, o de Cete e o de Santo Tirso.
Nas Inquirições de 1258, o pároco de Santo André de Cristelos, Martinho Pires com as restantes testemunhas, relata que a igreja pertencia a herdadores e ao Mosteiro de Vilela, mas cuja apresentação dependia do Bispo do Porto.
Nas Inquirições de D.Dinis no lugar de Cristelos constavam três casais do mosteiro de Santo Tirso que eram honrados porque tinham sido de D. Gonçalo de Sousa.
As Memórias Paroquiais de 1758 referem que o abade é apresentação alternativa do Bispado do Porto e dos religiosos de Santo Agostinho do Convento de Nossa Senhora do Pilar.
Igreja: A Igreja de Cristelos destaca-se pela sua dimensão e pelo ritmo das suas partes. Na fachada descobrem-se alguns elementos dos finais do Barroco, com tendência clara para o Rocócó, numa leitura regional e algo cândida, designadamente no rebuscado frontão da fachada.
Capelas: A Capela de Nossa Senhora da Conceição vem já referida no Catálogo dos Bispo do Porto, facto que revela a sua antiguidade. A Capela de Nossa Senhora do Loreto constituiu, em tempos, antes da edificação da Capela do Senhor dos Aflitos, o promontório por excelência da Vila.
Outros locais de interesse: O Castro de São Domingos testemunha o ancestral povoamento desta terra. As casas da Ribeira e da Costilha são dois belos solares, cabeças de exploração agrícola e berço de algumas das mais altas individualidades do Concelho.

 

IN SITE DA CÂMARA DE LOUSADA


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publicado por José Carlos Silva às 20:33 | link do post | comentar

Quinta-feira, 08.03.12

Cristelos – P. Joaquim Coelho da Silva

 

 

Jornal de Lousada, nº 26, p. 3, 2 de fevereiro de 1908


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publicado por José Carlos Silva às 21:50 | link do post | comentar

Domingo, 06.02.11
Em 1770 António José Pinto de Sousa era Capitão – mor (morador em Cristelos) e José Nunes Neto desempenhava as funções de Juiz Ordinário, do Crime, dos Órfãos e das Sisas, enquanto Custódio José Pereira de Sousa era Escrivão.

A. D. P. - Po - 4, Secção Notarial, Livro nº 34, 1770, fl. 1770, 26

 

 




publicado por José Carlos Silva às 14:49 | link do post | comentar

Quarta-feira, 19.05.10

Na página do número 19 do Jornal de Lousada de 15 de Dezembro, há ainda referência ao regulamento do cemitério Parochial de Christellos, que «baixou ao Governo Civil depois de devidamente aprovado.»

 

Jornal de Lousada, 15 de Dezembro de 1907, nº 19, p. 3



publicado por José Carlos Silva às 16:54 | link do post | comentar

Na página 3 do Jornal de Lousada era dito que a Festa em honra de Santo André, freguesia de Cristelos aconteceria a 30 de Novembro e a sua promoção seria «promovida pela respectiva confraria, erecta n’ aquella Egreja».

Referia ainda, que a Festa de Nossa Senhora da Conceição se realizaria a oito de Dezembro de Dezembro e que seria promovida pela sua confraria.

 

Jornal de Lousada, 15 de Dezembro de 2007, nº 19, p. 3



publicado por José Carlos Silva às 16:48 | link do post | comentar

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