Eu esperava pelo primeiro fim-de-semana de agosto como quem espera por Deus. Eu sabia que nesse sábado e domingo acontecia
Eu nasci e vivi em Romariz, um lugar da freguesia de Meinedo, do concelho de Lousada, quase trinta anos. A capela de Sant’ Ana, também conhecida como da Pedra desde o séc. XVIII, dizia-me adeus fixa às suas penedias. Eu gostava de presenciar a colocação das bandeiras: do monte de Santana até à casa da quinta com o mesmo nome. Eu gostava de presenciar a construção do bazar em madeira, onde se acadimavam as prendas que depois iriam ser leiloadas. Eu gostava de presenciar a construção do palco, aonde atuariam o rancho e o conjunto típico. Eu gostava de presenciar a instalação das luzinhas multicores. Era o que mais eu gostava, talvez por serem multicores e me lembrarem o céu.
O mais importante eram os altifalantes. Sem eles não havia festa. Os altifalantes faziam a festa. Difundiam a música e dedicavam discos às pessoas, um facto muito apreciado. E havia os foguetes, sinal de festa e alegria. Sem eles também não havia festa. Por últimos, os tamborileiros, que percorriam a freguesia lembrando a existência da festa.
No sábado lavava-se o rosto ao monte e caminhos de acesso à capela e ornamentava-se tudo com as bandeiras multicolores. Ao fim da tarde começavam a instalar-se as barraquitas de quinquilharia, de comes e bebes e pouco mais.
Adorava ver aquilo tudo.
A noitada era pequenina, simbólica. Um estouro de duas dúzias de foguetes, com lágrimas, à meia-noite e estava tudo acabado. Que lindo! Para mim era tudo um sonho, um mundo encantado!
Contava seis, sete ou oito anos!...
No domingo, de manhã. Era o tempo da missa solene, presidida pelo padre Meireles, que fazia sempre um belo sermão – de fazer chorar a alma mais negra.
Alma lavada, emoções esquecidas, regueifa e uvas compradas, ala que se fazia tarde - o cabrito assado e o arroz no forno estavam à espera. E a meio da tarde, a Procissão Solene. Depois assistia-se ao despique da venda das prendas no bazar. Comprava-se umas cavacas, uns rosquilhos, antes do regresso a casa, mas não se arredava pé dali sem ver o rancho a fechar a festa.
E depois jantava-se sob a frescura da ramada na amenidade das conversas e da algazarra alegre das crianças e tudo se suspendia para olhar o fogo-de-artifício que encerrava as Festas da minha Padroeira, que para mim foram (são) sempre espetaculares e me remetem para um mundo de imensa saudade.
Que tempo tão belo! Que saudade!
A commissão dos festejos ao Senhor dos Afflictos, n’ esta villa, deu hoje principio aos respectivos trabalhos. Por esse motivo subiu ao ar grande numero de foguettes. A commissão empenha-se em dar todo o brilhantismo aos festejos, não se poupando a esforços, nem a despezas.
Jornal de Penafiel, 28 de Maio de 1907, nº 61, p. 3
Decorreu, recentemente, em Lodares, a Festa à Terceira Idade da freguesia, levada a cabo pela Associação Desportiva e Cultural.
Um artista de variedades, a Fanfarra de Boim e o Rancho Regional de Paredes foram alguns dos elementos que contribuíram para animar a festa, realizada no parque de jogos da colectividade.
Novas do Vale de Sousa, 30 de Junho de 1995, p. 2
É amanhã [10 de Setembro de 1876] que tem logar a benção da capella de Nosso Senhor dos Afllitos, em Louzada como comunicamos no numero passado, está tudo preparado para que esta festa seja brilhante e imponente.
Comercio de Penafiel, 9 de Setembro de 1876, nº 41, p. 3
«No ultimo domingo, 8 do corrente mez, realisou-se no Collegio
de Bairros, d’este concelho, uma sympathica festa infantil que deixou as mais gratas e perduraveis recordaçoes a todas as pessoas que a ella assistiram.
(…)
Presidiu a esta festa o Snr. P. Manoel José Leite Pereira de Meirelles, digníssimo abade de Lodares, (…).
Jornal de Lousada, 15 de Dezembro de 1907, p. 2.
Na página 3 do Jornal de Lousada era dito que a Festa em honra de Santo André, freguesia de Cristelos aconteceria a 30 de Novembro e a sua promoção seria «promovida pela respectiva confraria, erecta n’ aquella Egreja».
Referia ainda, que a Festa de Nossa Senhora da Conceição se realizaria a oito de Dezembro de Dezembro e que seria promovida pela sua confraria.
Jornal de Lousada, 15 de Dezembro de 2007, nº 19, p. 3
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