A paisagem edificada de Lousada, no século XVIII, era facilmente identificável e repetitiva. Baseava-se muito nos edifícios religiosos: igrejas e capelas ou nas casas, ditas, actualmente, nobres, nas pontes, nos moinhos, nos açudes, etc., etc.
Ao analisarmos as Memórias Paroquiais pensamos ficar com um retrato aproximado da paisagem edificada daquela época. E é o que iremos fazer freguesia a freguesia.
In Paisagem Edificada de Lousada
A paisagem edificada de Lousada, no século XVIII, era facilmente identificável e repetitiva. Baseava-se muito nos edifícios religiosos: igrejas e capelas ou nas casas, ditas, actualmente, nobres, nas pontes, nos moinhos, nos açudes, etc., etc.
Ao analisarmos as Memórias Paroquiais pensamos ficar com um retrato aproximado da paisagem edificada daquela época. E é o que iremos fazer freguesia a freguesia.
1- Alvarenga
1. 1. - Localização – Alvarenga é uma das mais pequenas freguesia do concelho de Lousada e ficava na “Provincia de entre Douro e Minho, do Arcebispado de Braga, Comarqua de Guimarães, Concelho de Lousada, está cituada esta igreja, e freguesia de Santa Maria de Alvarenga. Está cituada na cabeceyra de hum vale, depois de hum monte, donde se descobrem várias freguesias para a parte do Nascente, ah distância de duas legoas pouco mais ou menos com interposições de alguns montes, com seus altos e bayxos, e terras de cultura, e incultas. Não tem termo sensus domine. Consta de doze lugares a saber: Igreja, Cavovilla, Alem, Bayrro, Bouça, Cunha Costa, Rabada, Feyra, Herdade, Carris, Casatermo. Alguns destas aldeias constam de hum so cazal; seus limites partem do Norte a Nascente com a freguesia de Santa Margarida, Sam Miguel e Sam João de Macieira, e do Sul com Santa Crystina de Nogueira; e do Poente em Sam Miguel de Silvares, do poente para o Norte com o monte que caminha para a Serra do Casendo”. 3
1.2. – Fogos – Em “1706 tinha 16 fogos e no princípio do século XIX comportava 30 fogos”3Tem “quarenta e dois fogos, e pessoas de hum e outro sexo, cento e quarenta e duas de uso da razão”4
3 – I. A. N. T. T. - Dicionário Geográfico, 1758. Vol. 3, fl. 297.
4 – SILVA – José Carlos Ribeiro da – As Capelas Públicas De Lousada (Na vertente Arquitectónica), Porto, 1997, p. 60. Seminário em Património Artístico apresentada à Universidade Portucalense Infante D. Henrique.
1.3.– Igreja – O orago desta igreja e freguesia “he a dulcissima nome desanta Maria que se festeja nesta igreja no dia oitavo de setembro, festa de sua natevidade, algum dia me consta se festejava nesse dia a sua Purificação a dês de febreyro que equando se festeja. Tem esta igreja tres altares, o mayor em que esta colocada a imagem Purissima Padroeyra Santa Maria e desta o Martir Sam Sebastião. Tem esta igreja duas confrarias, huma da Senhora do Rosario fundada no altar colateral da mesma Senhora, fica esta para a parte de entre poente e Norte; outra do Menino Deos, funda no outro altar colateral dedicado ao mesmo Menino Deos, e fica para aparte do Sul; fazendo as festas destas confrarias, a do Menino Deos dia do seu santo nascimento, ou das oitavas; a da Senhora a oyto de Setembro, uniforme; e junto com a da Padroeira; nenhuma destas confrarias tem rendimentos mais que as esmolas que pedem os oficiais nesta freguesia para sua conservação e culto.” 5
1.4 – Capela de S. Lourenço e S. Roque – Esta freguesia tem duas “capellas; huma de Sam Lourenço cita no lugar de Baixo, fora do lugar, entre huma deveza de carvalhos e castanheiros, he do povo, não tem rendimentos alguns tributacelhe o seu culto e veneração no seu dia a dez de Agosto tendo de esmolas que daõ os moradores desta freguesia; nella se fazem alguns clamores desta freguesia; foi antigamente grande romagem, no secullo presente so os da freguesia e poucos de fora acodem a sua veneraçaõ. Ha outra capella de Sam Roque que algum dia estava cituada o pé do cruzeiro desta igreja, em bom lugar, e proporcionando o seu culto e veneração e hera comuma para veneração do povo, e hoje se acha no lugar de Bayrro em casa particular que de presente domina Manoel Henriques Peixoto morador na freguesia de Santa Margarida vesinha desta. Tem esta capela sinco medidas para fabrica; não se festeja nem o culto vão fazer evocando os moradores porque esta sempre fichada, e muito dyslaxada de fabrica de presente. As romagens destas imagens se acabarao, só se conserva a de Sam Lourenço no seu dia próprio, e alguns dias que lá vão os clamores mas com deminuição de concurso.” 6
5 – Idem, fl. 298.
6 – Idem, fl. 299.
1- Introdução
Lousada no século XVIII era um concelho dominado por uma elite de famílias nobres que ao longo da centúria foram moldando e forjando os factos e os acontecimentos, alimentando, fortalecendo e estreitando laços, aumentando domínios e fortunas através do casamento entre famílias. E acima de tudo mantendo privilégios durante décadas (capitão – mor e sargento – mor) na mesma família ou ramo de família. Assiste – se a este tipo de situações ao longo de séculos. A nobreza domina em Lousada.
No final do século XIV, toda a propriedade rústica ou urbana de Lousada estava nas mãos de igrejas, de mosteiros e de Ordens Militares: Paço de Sousa, Bustelo, Pombeiro e Santo Tirso, os conventos de S. Bento entre Douro e Ave, Cete, Travanca, Arouca, Ferreira, Fonte Arcada Vilela, Mancelos, Freixo, Fonte Arcada, Vilela, o Hospital, os Gafos de Alfena, Lorvão e Tarouca. De princípio, muito singelamente, para depois o fazer com maior ou menor aparato ou grandeza, foram os nobres construindo e reedificando as suas casas. 1
Se tivermos o cuidado de percorrer com o olhar a paisagem edificada de Lousada ainda encontramos algumas dessas construções do século XVI de pé. O exemplo mais concreto e mais emblemático é, sem sombra para dúvidas, a casa de Juste, na freguesia do Torno. As demais são quase todas, ou todas, dos séculos XVIII (mesmo que uma outra tenha sido construída no século XVI, mas foi tão remexida que actualmente tem todas as características do século XVIII ou XIX, como é o caso da Casa de Alentém, construção apalaçada que remonta ao século XVIII.). 2
É evidente que muitos destes nobres eram, antes de serem nobres, plebeus, lavradores ricos, que se enobreceram, mas outros já eram nobres ou pertenciam a famílias nobres, como os Borges Barretos, os Pintos, os Pachecos, os Soares de Moura, etc.
1 – NÓBREGA, Vaz-Osório – Pedras De Armas Do Concelho De Lousada. (Heráldica de Família). Edição Da Junta Do Douro Litoral, Porto, 1959. – FREITAS, Eugeneo Andrea Da Cunha e “Prefácio” – In “Pedras De Armas Do Concelho De Lousada (Heráldica de Família). Edição da Junta do Douro Litoral, Porto, 1959, p. 20 – 22.
2 – Idem.
Mas a paisagem edificada no concelho de Lousada não era só a casa nobre, era também igrejas, capelas, moinhos, pontes, levadas, açudes, azenhas, noras, fontes, caneiros, cruzeiros, etc. E nas igrejas e capelas dominavam os fregueses (nobres e os homens bons das terras), os abades, o clero em geral, numa palavra, eram eles quem detinha o poder politico, militar, económico e religioso.
As Memórias Paroquiais falam-nos pouco da Casa Nobre. O que esperamos encontrar e fazer o registo para o futuro é do conjunto construído, da igreja, da casa – residência, da capela ou das capelas, dos moinhos, das pontes, das levadas, dos açudes, dos lagares de azeite, dos pisões, das azenhas, etc.,
Por último, será que o terramoto de 1755 se sentiu em Lousada?
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