No âmbito da política de apoio à conservação e restauro do património religioso, a autarquia baionense atribuiu, no corrente ano, à Comissão de Fábrica da Igreja Paroquial da freguesia de Loivos Monte, um subsídio no valor de 16 mil e 200 euros destinado ao restauro dos altares da Capela de Santa Comba, situada no lugar de Telões.
Aquando da remoção dos altares da Capela encontrou-se a pintura mural na parede fundeira da capela-mor e segundo a opinião de técnicos competentes na área do património, estaríamos perante património de elevado valor.
A Comissão de Fábrica da Igreja Paroquial da freguesia de Loivos do Monte, com o apoio da Direção Regional de Cultura do Norte, - após este "achado" que se julgava precioso, desenvolveu os procedimentos necessários para a contratação de técnicos conservadores- restauradores de arte. E, eis que o "Tesouro" se confirmou.
A tarefa coube à Conservadora- restauradora, Alexandra Joaquim auxiliada pela técnica Elvira Barbosa, que terminou, no passado fim-de-semana, o trabalho cirúrgico de conservação e restauro da Pintura Mural da Capela de Santa Comba de Telões e concluíram que de fato o "tesouro" encontrado data, provavelmente, de finais do Séc. XV e trata-se de uma pintura a fresco, que retrata 3 figuras sagradas, muito comuns da Oficina nº 2. Esta oficina desenhava sempre três imagens centrais, os rostos destas em forma oval a culminar em bico, utilizavam sempre o mesmo tipo de letra, ornamentavam a pintura mural de acordo com espaço disponível.
A pintura mural a fresco, com cerca de 2,77 x 2,44 m , é composta no centro pela figura de Santa Comba que é representada de frente, olhando o espectador, segurando o palmito com a mão direita que aponta para o livro que segura com a esquerda. É ladeado, junto à cabeça, por legenda de grandes letras "SÃTA" à esquerda e "CÕBA" à direita. Do lado do Evangelho uma figura uma figura feminina de frente mas com o olhar para baixo, segura o menino com a mão esquerda e não se consegue identificar o que tem na mão direita. Do lado oposto S. Sebastião, da mesma altura da imagem central apresenta leve torção do rosto para a esquerda e a perna direita fletida.
Entre as três imagens observam-se pequenos arbustos e no cimo da pintura 4 estrelas, que para Alexandra Joaquim significam o céu, logo o teto da antiga ermida. "Supõe-se que a atual Capela fora uma pequena ermida e um local de culto da população daquela aldeia, aumentada e transformada em Capela", acrescenta a conservadora.
A herança.
Provavelmente, D. João V terá sido o primeiro governante a mostrar preocupação com o património edificado, pois é dele o primeiro documento legislativo sobre a protecção dos monumentos nacionais. Em 20 de Agosto de 1721, fez publicar um alvará onde se lia que "daqui em diante, nenhuma pessoa de qualquer estado, qualidade e condição que seja, desfaça ou destrua em todo, nem em parte qualquer edifício que mostre antiguidade, ainda que em parte esteja arruinado". Como se pode constatar, a preocupação com o património tem vários séculos.
O património edificado e de interesse histórico e cultural é um dos grandes legados da história. Essa consciência comunitária é cada vez maior e o património é visto como uma factor de identidade cultural e o ex-líbris da identidade nacional. Para além disso, os monumentos têm uma vocação pedagógica, didáctica e turística, contribuindo para um desenvolvimento sustentável, favorecendo a manutenção de um conjunto de valores intrínsecos ao património.
Esta região tem o privilégio de possuir um património edificado notável. Por isso, faz todo o sentido o investimento na recuperação e conservação desse património, de forma a tirar dividendos. Poucos terão dúvidas de que o património, daqui a uns anos, representará uma das maiores fontes de rendimento do país.
Nesse sentido, esta semana inauguramos uma nova secção em que fazemos uma visita guiada a um dos 58 monumentos da Rota do Românico, sempre conduzidos por uma personalidade local que nos falará do monumento e da sua ligação a ele.
O objectivo desta nova secção é promover os monumentos e convidar os leitores a uma participação activa na descoberta de uma herança cultural comum, reforçando o sentimento de identidade cultural e nacional, sensibilizando-o para a importância da sua preservação, salvaguarda e valorização. Aproximar a população dos monumentos fá-la valorizar esta herança comum. Por isso, depois de ler estas visitas guiadas ao nosso património, convide a família ou os amigos e vá comprovar por si mesmo no local. Garanto-lhe que fará grandes descobertas.
Francisco Coelho da Rocha, Diretor do Verdadeiro Olhar, IN EDITORIAL
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