A freguesia de Boim está integrada no concelho de Lousada, distrito do Porto, está praticamente absorvida pela parte urbana da sede concelhia. Abrange ainda superfície territorial de 3,4 km2, confronta com as freguesias de Meinedo, Pias, Silvares, Cristelos, Nespereira e Lodares. Dista da sede concelhia 2km. Quanto ás informações e testemunhos sobre o passado desta freguesia são muito escassos. Provavelmente teve povoamento anterior à Nacionalidade, todavia testemunhos comprovativos não existem.
Origem do nome Boim
Boim é uma das mais antigas povoações do concelho de Lousada, tendo raízes na civilização Celta. Porém a origem do nome "Boim" tem duas possibilidades, uma delas é a seguinte:
- A freguesia chamou-se antigamente de "Goim", que era palavra celta com significado "agarico", um cogumelo sagrado para esse povo primitivo. No sexto dia da Lua de Dezembro organizava-se há muitos séculos uma procissão sagrada, com cânticos e orações, até ao majestoso carvalho que se encontrava onde é hoje a Casa de Boim. Nessa árvore crescia o "agarico". O sacerdote colhia alguns pedaços de Goim, que os seus acólitos apanhavam em toalhas de linho. Seguia-se um lauto repasto onde os cogumelos "agaricos" eram confeccionados com carne. Depois dos Celtas, passaram pela região outros povos, como os Visigodos, os Árabes e os Romanos, que foram adaptando a designação da freguesia aos seus idiomas, pelo que "Goi" passou para "Goim" e "Guym", depois para "Aboim" e finalmente para "Boim".
- A outra teoria defendida pelo grande erudito da linguística, Padre Francisco Peixoto, refere que "Boim" é o genitivo latino do nome pessoal celta "Abolinus", que pela regra linguística da queda das sílabas brandas com o decorrer do tempo resultou no actual nome da freguesia. "Abolinus" ou "Abolini", era o nome de um chefe Celta de grande relevância que aqui existiu muito antes de Portugal existir como país. No vocábulo "Abolini" actuaram, não ´so as leis naturais da glótica, do ouvido e do tempo, mas também as irrupções dos bárbaros, suevos e godos, árabes e leoneses, que perturbaram e mesclaram a vida política, os costumes e a língua dos nossos antepassados.
Boim há 50 anos
Nem só os séculos mais distantes marcaram a História da freguesia. Há 50 anos, por exemplo, Boim viveu tempos de profundo enraizamento dos laços sociais, contribuindo para a afirmação da sua identidade social. Nesse tempo, a localidade era pautada pela grandeza de carácter de pessoas que ficaram na História de Boim. Foi o caso do pároco Francisco da Cunha Sousa Moura, que imprimiu à paróquia um cariz empreendedor e de devoção. Na área do ensino, a escola permitiu a várias gerações adquirir ensinamentos e atitude perante a vida. Pela sabedoria e postura distinguiram-se as professoras, que permanecem na memória da freguesia: D. Maria Natália de Bessa Pacheco e D. Maria Pereira de Sousa Carvalho.
Nas vertentes política e autárquica, essa era uma época marcada pela presidência da Junta de Freguesia, a cargo do conterrâneo Joaquim Teixeira Pacheco. Daquele importante organismo público faziam também parte Domingos Ferreira de Bessa, que desempenhava as tarefas de Secretário, e José Pereira Garcês, que fazia funções de Tesoureiro da Junta, cargo que acumulava com o Regedor da Freguesia. Também de grande relevo para a vida social da freguesia foram as mercearias de Luís dos Santos Oliveira Pacheco e de Manuel Ferreira de Bessa.
De referência fundamental e indespensável são também o detentor do primeiro telefone, com o número 1002 na freguesia, Joaquim Pacheco Machado, que se norabilizou sobretudo pela dinamização da actividade agrícola que muito beneficiou o povo da freguesia e arredores.
S. Vicente, o mártir espanhol
Foram os beneditinos que atribuíram, no século XII, o orago de S. Vicente à localidade de Boim. Nascido em Huesca, em Espanha, Vicente dedicou-se desde novo ao estudo da Sagrada Escritura e depressa recebeu do seu bispo a sagrada ordem de Diácono e com ela o mandando em pregação. O seu apostolado a favor do Cristianismo rapidamente fez seguidores e fiéis, razão por que foi preso e conduzido à presença do governador pagão chamado Daciano. Em vão o tentaram afastar da sua fé, primeiro com promessas lisonjeiras e depois com suplícios atrozes. Foi colocado numa grelha, passado sobre carvão ardente, dilacerado com unhas de ferro e queimado com lâminas incandescentes. Moribundo, foi levado para uma cela da prisão. Do seu corpo irradiava uma luz estranha. Levado novamente perante o governador, este temeu ainda mais o poder da fé de Vicente. Tenotu seduzi-lo a abraçar o aganismo, desta vez por meio de prazeres, já que com tormentos nada pudera conseguir. Mas, agarando-se à fé em Jesus Cristo, que tanto amou e por quem tanto sofreu, Vicente tudo venceu. Diz a lenda que a sua alma voou para o céu, onde recebeu de Deus a palma vitória. S. Vocente é um importante patrono de valores como a persistência e pureza, sendo sobretudo invocado como defensor contra a varíola.
S. Jorge, o milagreiro inglês
O culto a S. Jorge é posterior ao de S. Vicente, embora também tenha surgido no Século XII, por influência dos ingleses que se estabeleceram no nosso país durante o auxílio que as suas cruzadas prestaram a D. Afonso Henriques na luta contra os mouros. Trata-se de um culto de carácter mais pagão e menos religioso que aquele que é feito em relação a S. Vicente. O "grito de guerra" que se usava naqueles primórdios de Portugal contra os mouros era "Por S. Tiago!", mas os vizinhos castelhanos também tinham o mesmo advogado nas batalhas. Por um lado, a grande rivalidade entre lusitanos e castelhanos, e por outro lado, a influência dos aliados ingleses, foram factores que levaram a alterar o seu grito de coragem e fé nas batalhas, ficando então "Por S. Jorge!". Especial padroeiro dos guerreiros, principalmente da cavalaria e do escutismo, S. Jorge foi desde sempre muito invocado na região em geral e em Boim em particular como o advogado milagreiro dos animais de cativeiro.
População
Em termos demográficos, Boim tem vindo a apresentar um aumento muito significativo do seu número de habitantes. Por volta do início do século XIX, a freguesia apresentava uma densidade populacional de 370 habitantes, distribuídos por 70 fogos. Meio século depois a freguesia tinha 318 habitantes, distribuídos por 100 fogos. Em 1991 a freguesia registava um enorme aumento comparativamente com o século XIX, consistindo em 1341 residentes e 10 anos mais tarde, consistia em 2262 residentes distribuídos por 800 alojamentos.
A população dedica-se, na sua maioria, à Indústria Têxtil, Indústria do Calçado, Metalúrgica e Construção Civil, áreas que numa análise geral, caracterizam a vida económica de todo o Concelho. Existe algum comércio, sobretudo nos ramos alimentar e automóvel. A agricultura é escassa.
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