Etimologia de Boim
“Gui é palavra celtica. Significa - agarico, planta parasita. O agarico colhido nos carvalhos, era para os Celtas e galhos - celtas, uma planta sagrada. Vem pois ser o nome primitivo d’esta freguesia - povo - ação de agarico.”[1]
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[1] Leal, Pinho; Portugal - Antigo e Moderno.
Situação
A cerca de 2 Km da Sede do concelho, na direcção sul - sudoeste, encontra-se a freguesia de Boim. É freguesia da província do Douro, comarca e concelho de Lousada; 35 Km ao N. E. do Porto e 335 ao Norte de Lisboa. Tem 813 hectares de terra, sendo uma pequena parte pertencente à zona urbana da Vila. A norte da freguesia passa o rio Sousa.
Orago
O seu orago é S. Vicente; mártir. A Boim, referem-se-lhes as Inquisições de 1258 denominando-a S. Vicente de Boim, derivando o nome do orago que é venerado a 22 de Janeiro, na sua igreja de fundação pré - nacional e que pertenceu ao Mosteiro de St.º Tirso e aos filhos e netos de D. Guiomar Mendes, filha do Conde D. Mendo. Segundo o Censual do Cabido Portuense, dos princípios do séc. XIV, cita-a no arcediago de Meinedo.
S. Vicente é o seu orago, mas é a S. Jorge que os habitantes de Boim rendem as suas homenagens, tendo por este Santo uma ilimitada devoção.
Situação administrativa
Era antigamente da extensa comarca de Barcelos. Desde de 9 de Julho de 1927 e por decreto n.º 13:917 o concelho de Louzada pertencia à comarca de Penafiel. Pertenceu à casa de Bragança, e tinha todos os privilégios dos seus caseiros. Os frades bentos do Convento de St.º Tirso de Riba d’Ave, apresentavam aqui o cura que tinha de renda 200$000 réis. Boim pertence ao bispado do Porto.
Lugares
É composta pelos seguintes lugares: Arcas, Ameixieira, Assento, Barroca, Bica, Campos, Carcavelos, Cima de Vila, Igreja, Eiras, Corgas, Corgo, Costa Nova, Costa Velha, Engenho, Ermeiro, Fonte, Gerovila, Guim, Laje, Lameiro, Marrelém, Monte, Outeirinho, Outeiro, Peitugueiro, Penedo, Poupa, Presa, Real, Reguengo, Residência, Sedoira, Tapadas, Tapado, Tunim, Varanda e Vila Chã. Tem as quintas de Campos e de Sá.
Habitantes
Em 1706 tem 58 fogos, já em 1868 tinha 100 fogos. Em 1862 albergava 282 habitantes distribuídos por 87 fogos. E dois anos volvidos (1864), mantinha o mesmo número de fogos, mas o número de habitantes tinha aumentado para 350. Em 1890 comportava 92 fogos e 392 habitantes e em 1900 tinha menos três fogos e 346 pessoas. Em 1909 tinha 100 fogos, segundo Pinho Leal. No ano de 1911 há em Boim 95 fogos e 401 habitantes. E em 1951contava com 686 fregueses. Em 1997 comporta 2900 residentes.
Igreja
É de fundação pré - nacional, actualmente é uma igreja pequena, com um altar em cada um dos extremos dos corpos da igreja que perpendicularmente se conjugam se num só Templo de antiguidade considerável.
Capela de S. Jorge
Possui uma única capela pública. A Ermida de S. Jorge que coroa o pitoresco e aprazível monte, que recebeu o nome, onde em cada terceiro Domingo do mês de Abril se realiza e se festeja pomposamente uma romaria que é muito concorrida. S. Jorge é o Santo protector do gado, havendo pois a benção dos animais, principalmente bovinos. Estes enfeitados a preceito, dão umas voltas à capela. Este ritual está a cair no esquecimento.
A capela de S. Jorge foi restaurada e ampliada nos anos 1991/92, sendo-lhe acoplado um aumento em betão e num estilo bem modernista que “choca” pelo evidente contraste, mas que a freguesia aceitou sem dificuldades.
Solares
A povoação de Boim não tem grandes casas brasonadas. Tem contudo, dois solares - A Casa da Fonte e a Casa de Boim. No primeiro nasceu e viveu aquele que foi bispo do Porto - D. António Augusto Castro Meireles.
Figuras Ilustres
“De entre os homens de igreja devemos salientar Dr. António Augusto de Castro Meireles, formado em Teologia e Direito, que foi Bispo de Angra de Heroísmo e do Porto. Orador Sagrado brilhante, dedicou a sua vida à Igreja e ao seu ministério.”[2]
Miradouro
Boim, visto do alto de S. Jorge, denota aos olhos (de quem ali sobe) uma paisagem verdejante que transborda para as freguesias de Meinedo, Pias, Silvares, Cristelos, Nespereira, Lodares e Bustelo (concelho de Penafiel), que a circundam e lhe dão continuidade, até ao horizonte, de vitalidade e lavor campestre.
SILVA, José Carlos, As Capelas Públicas de Lousada, Universidade Portucalense, 1997
[2] Lousada, A Vila e o Concelho, Ed. Câmara Municipal de Lousada, p. 48 e 49.
A cerca de 2 Km. da Sede do concelho, na direcção sul - sudoeste, encontra-se a freguesia de Boim.
Tem 813 Hect. de terra, sendo uma pequena parte pertencente à zona urbana da Vila.
Antigamente “Gui” e depois “Goi”, é freguesia da província do Douro, comarca e concelho de Lousada; 35 Km. ao N. E. do Porto e 335 ao Norte de Lisboa.
Em 1909 tinha 100 fogos, segundo Pinho Leal.
Desde de 9 de Julho de 1927 e por decreto n.º 13:917 o concelho de Louzada pertencia à comarca de Penafiel.
O seu orago é S. Vicente; mártir. Era antigamente da extensa comarca de Barcelos.
Pertenceu à casa de Bragança, e tinha todos os privilégios dos seus caseiros.
Os frades bentos do Convento de St.º Tirso de Riba d’Ave, apresentavam aqui o cura que tinha de renda 200$000 réis.
A norte da freguesia passa o rio Sousa.
“Gui é palavra celtica. Significa - agarico, planta parasita. O agarico colhido nos carvalhos, era para os Celtas e galhos - celtas, uma planta sagrada. Vem pois ser o nome primitivo d’esta freguesia - povo - ação de agarico.”[1]
É composta pelos seguintes lugares: Arcas, Ameixieira, Assento, Barroca, Bica, Campos, Carcavelos, Cima de Vila, Igreja, Eiras, Corgas, Corgo, Costa Nova, Costa Velha, Engenho, Ermeiro, Fonte, Gerovila, Guim, Laje, Lameiro, Marrelém, Monte, Outeirinho, Outeiro, Peitugueiro, Penedo, Poupa, Presa, Real, Reguengo, Residência, Sedoira, Tapadas, Tapado, Tunim, Varanda e Vila Chã.
Tem as quintas de Campos e de Sá.
Em 1706 tem 58 fogos, já em 1868 tinha 100 fogos.
Em 1862 albergava 282 habitantes distribuídos por 87 fogos. E dois anos volvidos (1864), mantinha o mesmo número de fogos, mas o número de habitantes tinha aumentado para 350. Em 1890 comportava 92 fogos e 392 habitantes e em 1900 tinha menos três fogos e 346 pessoas. No ano de 1911 há em Boim 95 fogos e 401 habitantes. E em 1951contava com 686 fregueses.
Actualmente tem 2900 residentes.
Boim pertence ao bispado do Porto.
“De entre os homens de igreja devemos salientar Dr. António Augusto de Castro Meireles, formado em Teologia e Direito, que foi Bispo de Angra de Heroísmo e do Porto. Orador Sagrado brilhante, dedicou a sua vida à Igreja e ao seu ministério.”[2]
A Boim, referem-se-lhes as Inquisições de 1258 denominando-a S. Vicente de Boim, derivando o nome do orago que é venerado a 22 de Janeiro, na sua igreja de fundação pré - nacional e que pertenceu ao Mosteiro de St.º Tirso e aos filhos e netos de D. Guiomar Mendes, filha do Conde D. Mendo. Segundo o Censual do Cabido Portuense, dos princípios do séc. XIV, cita-a no arcediago de Meinedo.
A igreja de Boim, actualmente, é pequena, com um altar em cada um dos extremos dos corpos da igreja que perpendicularmente se conjugam se num só Templo de antiguidade considerável.
Possui uma única capela pública. A Ermida de S. Jorge que coroa o pitoresco e aprazível monte, que recebeu o nome, onde em cada terceiro Domingo do mês de Abril se realiza e se festeja pomposamente uma romaria que é muito concorrida. S. Jorge é o Santo protector do gado, havendo pois a benção dos animais, principalmente bovinos. Estes enfeitados a preceito, dão umas voltas à capela. Este ritual está a cair no esquecimento.
A capela de S. Jorge foi restaurada e ampliada nos anos 1991/92, sendo-lhe acoplado um aumento em betão e num estilo bem modernista que “choca” pelo evidente contraste, mas que a freguesia aceitou sem dificuldades.
Boim, visto do alto de S. Jorge, denota aos olhos (de quem ali sobe) uma paisagem verdejante que transborda para as freguesias de Meinedo, Pias, Silvares, Cristelos, Nespereira, Lodares e Bustelo (concelho de Penafiel), que a circundam e lhe dão continuidade, até ao horizonte, de vitalidade e lavor campestre.
A povoação de Boim não tem grandes casas brasonadas. Tem contudo, dois solares - A Casa da Fonte e a Casa de Boim. No primeiro nasceu e viveu aquele que foi bispo do Porto - D. António Augusto Castro Meireles.
A agricultura, as confecções, o calçado, a metalúrgica, etc., são os sectores onde se empregam os habitantes de Boim.
Uma Associação e uma Fanfarra são os locais e os veículos de que dispõe Boim para a recreação e o lazer.
Boim é terra que encerra um povo laborioso e uma freguesia em franco progresso. As necessidades básicas são ainda uma carência latente.
S. Vicente é o seu orago, mas é a S. Jorge que os habitantes de Boim rendem as suas homenagens, tendo por este Santo uma ilimitada devoção.
A Capela de Boim.
A freguesia de Boim tem uma única capela pública - S. Jorge.
Esta capela fica situada no lugar de S. Jorge e no cume do monte que tem o seu nome.
Ainda há menos de 30 anos (diria mais precisamente, há menos de 20 anos), não existia uma única casa a rodear (ou perto) a capela de S. Jorge. Nos últimos 15 a 20 anos, a capela de S. Jorge tem vindo a ser cercada de numerosas moradias, tendo perdido a sua aura de “inacessível”, de solidão.
A Capela de S. Jorge.
Quem vem de Lousada (centro da Vila) e toma a estrada de Arcas - Boim em direcção a Meinedo, após o Cruzeiro (apesar das moradias que tapam a visão), cem metros volvidos vai deparar com o Monte de S. Jorge. Se se aventurar até ao alto, até ao cume, irá encontrar a Ermida de S. Jorge, actualmente ampliada. Ainda há pouco mais de seis anos era uma pequena e linda capela em granito do séc. XVIII. Em 1990/91, fizeram-lhe um acrescento no mais puro betão da modernidade.
É em Abril que se realizam as festas em sua honra.
S. Jorge é o Santo dos animais. Era (e é, só que cada vez menos) benzer os bovinos durante a missa solene da romaria em sua honra.
Algumas Considerações Artísticas.
A capela, formada por uma nave e capela - mor. A capela - mor, do séc. XVIII, primeira metade, e a nave, nova, da década de 90, moderna, a de betão.
Ao longo dos anos foi sofrendo intervenções, a última que lhe escondeu a maior parte das suas potencialidades arquitectónicas, foi em 1991/92.
Não consegui saber ao certo a data da sua construção, pelas características que apresenta - a ermida primitiva - é do séc. XVIII, o acrescento em betão é de 1991/92 e quase que “matou” a beleza da pequena ermida setecentista.
Está bem preservada.
Quem fez este último restauro e ampliação foi uma das Comissões das Festas de S. Jorge e na nova “torre” ficou gravado esse gesto. Este gesto pode entender-se como a afirmação de prestígio daqueles homens na comunidade local.
A análise artística tem que ser feita em três tempos distintos: - do seu todo, da ampliação moderna e da estrutura primitiva.
Se olharmos actual alçado principal - na direcção sul - veremos uma fachada em betão, ferro e vidro.
A meio da fachada principal deparamos com a estrutura - horizontal - de ferro e vidro. O portal de entrada é sobrepujado pela parte terminal da cruz, esta inicia-se no próprio portal (na justa junção do mesmo).
Este alçado principal - a sul - é a expressão artística da modernidade actual.
Olhando-se melhor, vislumbra-se a cruz luminosa que se encontra mesmo à frente do alçado norte, numa “torre” plena de modernidade e também em betão. O alçado direito deixa-nos ver uma parede em betão cortada a meio e na horizontal por uma estrutura em metal e vidro, e esta não atinge a parte total desta nova nave, havendo um espaço que remata, mas só em betão. O encontro da nova estrutura em betão com a fachada principal da ermida de S. Jorge (séc. XVIII) é feito através de uma meia - lua em betão, havendo a parte plana - tipo espelho - em ferro e vidro.
Esta estrutura em ferro e vidro funciona como veículo de iluminação natural da moderna nave da capela de S. Jorge.
Este alçado dá-nos ainda a visão de parte do seu frontão, e no seu topo, assente numa base em granito, uma cruz que encima aquela que era a fachada principal da Ermida de S. Jorge, que deixou de ser vista, mas que não desapareceu. Quem entra no Templo logo vê a antiga fachada que dá acesso à nave primitiva.
É também visível o aparelho granítico, o telhado de uma água, as pedras de juntas tomadas, já foram rebocadas. Assim como se vê, parte do frontão do alçado norte, a sua cruz em base granítica e o remate do entablamento em pirâmide de cantaria trabalhada.
Igualmente se vê a parte superior da “torre” em betão, com coreto, e no seu topo uns altifalantes que dão as horas, e mesmo no cume uma artística cruz em fibra branca que se ilumina durante a noite.
Quem olha o alçado esquerdo tem a mesma visão da actual ermida que foi referida para o alçado direito.
O alçado norte dá-nos uma perspectiva algo contrastante.
Mesmo à sua “frente” temos uma “torre” em betão, assente numa “almofada”, numa base, com dois degraus, “torre” que tem uma balaustrada em betão, perto do seu topo, altifalantes e uma artística e branca cruz na sua parte final e que tem por base os altifalantes, servindo esta para iluminar o Monte de S. Jorge e tranquilizar e espírito de todos aqueles que residem em Boim. Nesta torre, quase na base em letras douradas “Fundadores, Comissão de Festas S. Jorge - 1992.”
Olhando-se em frente depara-se com o alçado norte da antiga ermida em cantaria de junta tomada. Não se consegue ver a cruz que encima o frontão (é completamente tapado pela “torre” em betão). Vê-se sim que o remate do entablamento é feito por duas pirâmides em granito e trabalhadas em extremos opostos.
Quem olha, a partir do alçado norte, vê na perfeição, o equilíbrio do “encaixe” da meia-lua em betão, com a fachada principal da ermida primitiva.
Quem olha a capela de S. Jorge de Boim tem um “choque”. Ao primeiro olhar, até parece que quem perdeu foi a antiga Ermida. E “perdeu”. A nova estrutura oprime o seu real valor arquitectónico. Mas por outro lado quase que obriga os romeiros, turistas e estudiosos a olharem com mais atenção a ermida em cantaria que faz com o betão uma dinâmica e um dualismo contrastante.
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