Sábado, 25.06.11

 

Origem histórica

 Apresentar Nespereira é como ir ao cerne da História do Povo. É ir ao encontro dos micro-espaços dessa História que não dispensa uma referência a fenómenos mentais diversos com os quais o povo se fez pertença integrante duma organização social e administrativa. Ao mesmo tempo personagem obediente e actuante, num palco extremamente exíguo, o povo só muito lentamente adquiriu aquilo a que no século XVIII se começou a tomar como consciência nacional.

A emergência dum Estado abrangente de todo o território nacional, nas suas teias administrativas, judiciais e fiscais, é muito recente. Séculos e séculos decorreram em que era muito mais viva a consciência de se pertencer, primeiro a um qualquer senhor, eclesiástico ou não, depois a uma paróquia, o que vale por dizer, a uma pequena comunidade de vizinhos. Quando muito, a consciência supra-local, era adquirida pelas relações económicas e comerciais regionais, ou pelo saber-se que se pertencia a uma Diocese, cujo Bispo aparecia de quando em vez em “visitação”.

A antiguidade desta freguesia é surpreendente. Nos primeiros séculos da monarquia lusitana, XII e XIII, o condado estava dividido em distritos ou circunscrições, denominadas terras, para efeito civil e militar. Cada uma destas terras era governada por um tenens, geralmente da alta sociedade do tempo, cujos tributos dessa terra revertiam a seu favor. Era o chefe militar do distrito e, em caso de guerra, devia apresentar-se em campanha com certo número de homens armados e pagos à sua custa. Além deste ofício intervinha nos assuntos da administração e, como presidente da assembleia do seu distrito, podia influenciar na decisão dos pleitos.

No entanto, o primeiro registo escrito da existência da freguesia de Nespereira aparece apenas 36 anos após a formação do Condado Portucalense. A 30 de Março de 1131, o infante D. Afonso, futuro rei de Portugal, neto do rei Afonso VI de Castela, doou a Afonso Pais, Prior do mosteiro de Vilela, e a sua mulher Teresa, a vila de Nespereira.

Quanto à etimologia do topónimo, Nespereira vem de mespila, do latim mespilum, que significa nêspera (fruto) ou nespereira (árvore). A Nespereira é uma árvore de fruto originária do Japão, abundante nas florestas do sul do Brasil. Supõe-se que o topónimo derivará do facto de nestas terras haver abundância de pomares que baptizavam muitos lugares como Nespereira, Pereiros, Pomares, Figueiras, Nogueira, entre muitos outros.

O Concelho de Lousada fazia parte da antiga terra de Sousa e aparece num primeiro registo numa doação que Egas Moniz, em Março de 1147, faz ao mosteiro de Paço de Sousa. A terra de Sousa abrangia uma vasta área que ia do rio Tâmega ao rio Vizela e ao Passarias, e da terra de Basto, ao Ferreira, de onde seguia por Aguiar de Sousa, Penafiel da Canas, Portocarreiro, Santa Cruz da Riba Tâmega, até Amarante.

Terminada a luta contra os mouros, a tarefa dos monarcas foi organizar o País. A coroa estava empobrecida, quer pelos custos da guerra, em dádivas espontâneas, quer pelos abusos e excessos dos grandes senhores.

Para reaver as propriedades que tinham sido sonegadas à coroa, D. Afonso II, em 1220, mandara fazer um rol de herdamentos e foros, que tiveram por finalidade avaliar a legitimidade dos títulos de posse das terras e devassar as honras, que gozavam de especiais jurisdições e direitos.

Para isso, uma comissão, ou alçada, deslocava-se de terra em terra, ouvindo os párocos, os homens-bons, e todos aqueles que pudessem bem informar os inquiridores acerca de tudo aquilo que se tornava necessário averiguar e esclarecer.

Nestas Inquirições de 1220 aparece Lousada como termo com 7 freguesias (S. Miguel e S. Salvador de Lousada, Cernadelo, Alvarenga, Silvares, Nogueira e em Aveleda).

Pelos vistos, as Inquirições demonstraram ser incompletas, uma vez que D. Afonso III ordenou em 1258 novas Inquirições. As actuais freguesias do concelho foram todas inquiridas e encontravam-se divididas por 4 julgados:

- o de Guimarães com 1 freguesia: St.º Estêvão de Barrosas;
- o de Aguiar de Sousa com 7 freguesias: Lustosa, Sousela, Ordem, Covas,
   Figueiras, Casais, Nevogilde;
- o de Lousada com 13 freguesias: St.ª Margarida, S. Miguel, Alvarenga,
   Macieira, Nogueira, Cernadelo, Silvares, Pias, Aveleda, Cristelos, Boim,
   Meinedo, Nespereira, Lodares;

- o de Santa Cruz de Riba Tâmega com 4 freguesias: Torno, Alentém,
   Vilar, Caíde.

Destas inquirições sabe-se também que no julgado de Lousada haviam casais honrados em Nespereira pertença da linhagem de Egas Moniz.

A freguesia de Nespereira, à imagem das outras freguesias do concelho, tinha casais na posse de diversas entidades, quer religiosas, igrejas, mosteiros e a Ordem do Hospital, quer particulares como herdadores e cavaleiros, e ainda da coroa.

Quanto à administração religiosa, de limites bem diferentes da administração civil, no século XII o bispado do Porto encontrava-se dividido em dez arcediagados: Santa Maria (Feira), Maia, Refojos, Aguiar (de Sousa), Penafiel, Meinedo (Lousada), Gouveia, Bem Viver, Baião e Penaguião.

Nespereira pertencia ao arcediagado de Aguiar de Sousa, bem como as freguesias de Figueiras, Casais, Nevogilde. No entanto, tinha casais que pagavam renda a vários mosteiros. A título de exemplo:

- 5 casais eram do mosteiro de Vilela;
- 1 casal era do mosteiro de Pombeiro;
- 5 eram do mosteiro de Travanca.

Já no reinado de D. Dinis, a freguesia de Nespereira apresenta um número ainda superior de casais pertença de mosteiros, igrejas, nobres e ordens.

Nesta freguesia, aquando das Inquirições de D. Dinis (no julgado de Aguiar de Sousa as inquirições deram-se no ano de 1346), apuramos três povoações, assim nomeadas: Lagoas, Cerzedelo e Roriz.

Já no reinado de D. João I, Lousada volta à posse da coroa. Este rei fez dela doação “com todos os seus direitos, foros, tributos, direituras, senhorios e pertenças” ao Condestável Nun’Álvares Pereira. Este por sua vez, deu Lousada a sua neta D. Isabel que a cedeu a seu irmão D. Fernando, Duque de Bragança.

No reinado de D. João II, com a confiscação da Casa de Bragança e execução do Duque, o monarca doou Lousada a Fernão de Sousa, fidalgo de seu conselho. Regressou à posse do Duque D. Jaime no reinado de D. Manuel I, que a vendeu a D. Francisco de Portugal, 1º Conde de Vimioso. Este mesmo rei, D. Manuel I, haveria de dar foral às terras de Lousada a 17 de Janeiro de 1514.

Entre o século XVI e XVIII poucas referências históricas há acerca desta freguesia. Sabe-se que até ao século XVIII, a vida económica em Nespereira, assim como em todo o concelho de Lousada era dominada pela agricultura. Já nos finais do século XVIII começaram a surgir as primeiras indústrias no Concelho. Todo este esforço de desenvolvimento começou a ser devidamente acompanhado de subsídios e privilégios fiscais ou de mercado, provenientes da Câmara. Nasciam as indústrias artesanais do ramo têxtil, lanifícios, metalurgia e serralharia. É também por esta altura que por edital do Governo Civil do Porto, de 26 de Março de 1896, D. G. Nº 71, foi esta freguesia anexada, para efeitos administrativos, à freguesia de Lodares. Mas a data da separação administrativa das duas freguesias, não nos foi possível averiguar.

No entanto, até ao final do século XIX, o comércio centrava-se em sedentário (lojas, tendas e bazares) e itinerantes (almocreves, bufarinheiros e vendilhões). Nas feiras e nos mercados praticava-se pouco destes dois tipos de comércio. A mulher tinha o seu papel activo, actuando principalmente na venda de pão, louça, carne e produtos de sua laboração artesanal.

 No campo dos transportes, só nos finais do século XIX abandonou em grande parte o transporte a pé ou o transporte animal, para adoptar a utilização de carros puxados por animais: carruagem, carro de bois, carroção e traquitana. Lentamente, substituem-se as veredas e caminhos por estradas, pontes e viadutos. No entanto, no primeiro quartel do século XX Nespereira, a par do Concelho de Lousada, era ainda uma freguesia muito pobre.

É primordial retomarmos o ano de 1896, quando por edital do Governo Civil do Porto, a freguesia de Nespereira foi anexada para efeitos administrativos à de Lodares.

Mais podemos acrescentar que, segundo o testemunho do Padre Carvalho, o número de fogos foi crescendo a ritmos certos ao longos dos tempos, atingindo em 1991 um total de 479 fogos, ou seja, 1729 habitantes. O que não deixa de representar um aumento em relação a 1960, quando nessa altura, Nespereira não ultrapassava os 798 habitantes. A principal actividade económica desta população é ainda nos dias de hoje a  agricultura. Neste domínio destaca-se o cultivo do trigo e a produção vinícola, representando uma das principais fontes de rendimento destas famílias.

O fervor religioso caracteriza esta população. Embora, nos dias hoje, a fé traduzida nas procissões e peregrinações seja menos vincada, ainda podemos presenciar alguns usos e costumes religiosos enraizados na crença destes cristãos. Neste quadro salientamos: a festa em honra do seu padroeiro,  S. João Evangelista, a visita pascal, venerando ainda na freguesia a festa de S. Brás e da Nossa Senhora das Candeias, em Fevereiro.

Actualmente, Nespereira não é mais uma freguesia onde a principal actividade económica está centrada na actividade agrícola. Predominam, actualmente, o comércio e a indústria, muito graças aos seus óptimos acessos (via rápida que liga Nespereira e o concelho de Lousada a Penafiel e à A4; via rápida que liga a freguesia e o Concelho a Paços de Ferreira e às recém inauguradas A41 e A42) e localização estratégica.

Na freguesia encontram-se dois grandes pólos económicos: o tecido empresarial, com empresas consagradas a um nível extra-concelho; e um parque destinado ao comércio, que serve o concelho de Lousada e os concelhos limítrofes.

Não só a nível económico, mas também cultural, a freguesia de Nespereira, cada vez mais, começa a ser referência no concelho. Um dos exemplos mais recentes foi a realização da Feira do Século XIX, actividade sob a égide da Junta de Freguesia de Nespereira, onde acorreram alguns milhares de pessoas para desfrutarem de um ambiente onde confluíram as nossas raízes culturais e o nosso orgulho por tudo o que fomos, somos e conseguiremos almejar. Reviver orgulhosamente o passado com olhos postos no futuro. Foi este o intuito da mensagem e o objectivo central desta actividade.

Que sirva de força motriz para o avanço desta freguesia: conhecer o seu passado, para se projectar num futuro próspero.

www.nespereira.pt/index.php?page=casa-do...



publicado por José Carlos Silva às 19:54 | link do post | comentar

Quinta-feira, 31.03.11
Terminaram hontem em Nespereira os sermões de quaresma que alli pregou o reverendo Domingos Freire, a convite do dignissimo encomendado padre José Fonseca Pacheco de Souza.

Quizera dar uma idea do talento que admiro n'este jovem orador, não o posso porem fazer, torna~se necessario vel-o e ouvil-o para se avaliar: direi apenas, que nos cinco discursos que proferiu na igreja de Nespereira nos mostrou sempre a sua eloquencia, apresentando-nos o bello e sublime a par da verdade evangela: são mais cinco pedras preciozas engastadas na sua corôa de orador sagrado.

Era impossível a todos os ouvintes esquivarem-se a uma comoção, que lhes penetrava até o intimo d' alma, ouvindo a explicação do Evangelho feita pela voz magnetica de tam distincto orador!

Á aproximação 15 d' abril, todos os fieis tinham fruido a dita de ouvir o reverendo Freire, sentiam nascer-lhe no coração a saudade, mas como no bouquet mimoso sem diversidade de côres, nem jardim vistoso sem variedade de flôres, junto á saudade brutou-lhe a esperança d' ouvir o jovem orador por lhes constar que nas quintas feiras de cada mez de maio pregaria na Capela de Nossa Senhora da Piedade em S. Paio de Cazaes [Casa da Tapada].

Ao orador que conta os seus triunfos pelos seus sermões, e cada vez que sobe ao pulpito colhe uma mimoza flôr na senda que trilha, os meus parabens. Ao incansavel pastor d' almas da freguezia de Nespereira, os meus emboras por ver coroados do mais feliz exito os seus esforços.

Gazeta de Penafiel, 20 de abril de 1870, nº 31, p.2

 

 



publicado por José Carlos Silva às 22:36 | link do post | comentar

Terça-feira, 01.03.11
Terminaram hontem em Nespereira os sermões de quaresma que alli pregou o reverendo Domingos Freire, a convite do dignissimo encomendado padre José Fonseca Pacheco de Souza.

Quizera dar uma idea do talento que admiro n'este jovem orador, não o posso porem fazer, torna~se necessario vel-o e ouvil-o para se avaliar: direi apenas, que nos cinco discursos que proferiu na igreja de Nespereira nos mostrou sempre a sua eloquencia, apresentando-nos o bello e sublime a par da verdade evangela: são mais cinco pedras preciozas engastadas na sua corôa de orador sagrado.

Era impossível a todos os ouvintes esquivarem-se a uma comoção, que lhes penetrava até o intimo d' alma, ouvindo a explicação do Evangelho feita pela voz magnetica de tam distincto orador!

Á aproximação 15 d' abril, todos os fieis tinham fruido a dita de ouvir o reverendo Freire, sentiam nascer-lhe no coração a saudade, mas como no bouquet mimoso sem diversidade de côres, nem jardim vistoso sem variedade de flôres, junto á saudade brutou-lhe a esperança d' ouvir o jovem orador por lhes constar que nas quintas feiras de cada mez de maio pregaria na Capela de Nossa Senhora da Piedade em S. Paio de Cazaes [Casa da Tapada].

Ao orador que conta os seus triunfos pelos seus sermões, e cada vez que sobe ao pulpito colhe uma mimoza flôr na senda que trilha, os meus parabens. Ao incansavel pastor d' almas da freguezia de Nespereira, os meus emboras por ver coroados do mais feliz exito os seus esforços.

Gazeta de Penafiel, 20 de abril de 1870, nº 31, p.2

 

 



publicado por José Carlos Silva às 17:50 | link do post | comentar

Sábado, 01.05.10
 

Não é necessário mostrar grandes obras, arrasar com grandes palavras ou anunciar com grande antecedência, pompa e circunstância – e muita publicidade –, para provar ou justificar que se está a trabalhar bem ou que se está a trilhar o caminho certo. E quantas vezes são os pequenos gestos as coisas mais importantes da vida e aquelas que mais contam na hora da verdade.

Em Nespereira, perto da sua bela igreja, num terreno que outrora estava atapetado de silvas e quejandos, descobri um belo cenário: - um fontenário, a que chamam do Outeiro (o quanto seria interessante saber a sua data de edificação?!), com um singelo tanque em granito, aonde cai uma água pura, cristalina, (devidamente controlada) e maravilhosa. Alguma verdura orna o local. Um corrimão, em metal, também foi colocado para facilitar um melhor acesso ao fontenário, e servir de ajuda a quem mais precisar.

A recuperação deste fontenário, denominado do Outeiro, é o exemplo concreto de que um pequeno gesto vale mais do que um grande evento, já que a isto chamo preservação do património. E preservar o património é reter a memória do passado, para pensarmos o presente e podermos projectar o futuro.



publicado por José Carlos Silva às 22:45 | link do post | comentar

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